domingo, 2 de agosto de 2009

£ágr¡mä ñuä


£ágr¡mä ñuä
Ana €!¡sa

Vejo reflexos no clarão da lua...
Na fria madrugada.
Reflexos...
De um sorriso apagado
Um olhar travado...
Uma tristeza marcada...
Corpo em desalinho.

Vejo os reflexos na terra molhada
Um papel amassado...úmido
Escritos...molhado...salgado
Tristezas somadas...
Infindas.

Sinto os reflexos em mim
Na minha alma nua
Desnuda...dolorida...traída.

As lágrimas descem...tranquilas
Brotam desses olhos...ainda teus
Sem pedir licença...apenas deslizam
Não escolhem lugar...
Não escolhem horário.

São tão intensas...que chegam aos lábios.
E essa boca...que ainda te quer...
Que ainda é tua...
Sente o gosto da alma triste...
Do olhar cansado...
Do coração magoado.

E esse corpo responde...
O corpo aquece...tem calafrios
Mas não são os teus calores...
teus calafrios...
Tão acostumados em você.
Corpo viciado...no teu...
Esses nem acostumam.

São doloridos!!

As lágrimas descem...nuas
Despreparadas...puras.
Tento segurar...
Não consigo...nem tento mais
Deixo-as descerem...nuas
Limpas...tuas.

As lágrimas limpam a dor...
Trazem novos caminhos.

Sinto teus olhos...mais uma vez.
Mesmo lágrimas tão nuas...
Não tiram você de mim...
Teu olhar do meu.

E assim quando você chega...
sorrindo...
Enxuga as lágrimas
Me devolve a alma
O sorriso...
O coração.

Devolve a alegria...partilhada
Alegria impregnada...
Totalmente tua...
docemente nossa.

21-05-2003

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