sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pudor

Pudor
Ana €!¡sa



Cueca preta em seda...solta em você
Permito-me acariciar o tecido e sentir.
Invadir...permitir.
Teu corpo reage de imediato e você sussurra...
Palavras que entram como desejo
Sons insistentes e como sementes
Entram e fixam-se...já com raízes.

Você me toma e me doma
Acaricia o meu corpo com volúpia...com tesão.
Sua boca passeia e percorre os caminhos
Desvenda e assume os riscos da ousadia.

Sua língua...úmida e quente...descobre vãos
Passagens secretas...desejos ocultos
Entrega e entrega-se.
Permite ousadias...as mais covardes...as mais insanas.
Meu corpo sucumbe e entre estar e não estar
Adormece...desfalece...acorda e implora
Você...nem se importa...apenas prende
Apenas quer.

O desejo já nem faz parte de mim
As sensações...nem sei quais são
Estou desfalecida...de prazer...de medo.
O limite entre estar e não estar...
Percorre meu corpo...em ousadas investidas
Sem pudor algum...sem limites.
Você não se importa.

Meu corpo...inerte...suado...
Em calafrios
E você só me permite responder...atender.

As tuas mãos prendendo as minhas.
Tua boca roçando meus sentidos...
Sorvendo meu corpo
Absorvendo minhas vontades.

Não...não pare
Unicamente tome...possua
O que te pertence.

03-04-2005

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