Meu corpo

Meu corpo
Ana €!¡sa

Tu me colocas contra a parede todas às vezes, que me encontras...
Pede-me a imobilidade de um corpo
Insinua uma cordialidade inexistente
Tenta e atenta-me.

Olho-te e me pergunto:
De onde tiraras a maciez da pele??
A textura dos poros
A delicadeza do tocar...
A tensão de sentir o arrepio da pele...
A tensão febril...Ao teu toque.

E tantas vezes, me pedes.

Fico a imaginar...
Você olhando-me, numa simples e imóvel figura...
Nua...
Sem poder tocar...Sem sentir o cheiro.

Vem...Vou dizer-te...

Sinta...

Meu corpo...
Já não tão jovem, que possa expor-se.
Tem marcas de toques
Tem marcas do tempo.

Meu corpo...
Ainda macio...Perfumado...sensual
Porém...Cansado.

Meu corpo...
Ainda ousado...Carente...desejado
Porém...Fora dos padrões de beleza.

Meu corpo...
Que arrepia a um simples insinuar
Que lábios nem precisam tocar...Apenas almejar
Responde de imediato...Só de pensar.

Meu corpo...
Que queima e enlouquece.

Pra que queres minha imobilidade...Sem poder tocar??
Por que queres meu nu...Sem poder sentir??
Por que queres apenas ver??
Se podes sentir...
Podes...humm!!

Não me peças a imobilidade.
Se permitir que me toques.
Não me peças apenas olhares
Se permitir que me tenhas.
Não me peças apenas uma pose
Se me tens...Em todos momentos.

Meu corpo...
Não é jovem...
Não é perfeito...
Nem tão bonito.

Meu corpo é amor...
Paixão
Toque.

Tu me atentas...Desorienta-me
Queima-me, num simples desejo.

Não queira ver-me...Apenas por ver.
Minha nudez imóvel, não te agradaria.
Não te faria tremer.
Porém...Minha nudez em tuas mãos te aniquilaria...
Descontrolaria teus batimentos cardíacos
Queimaria-te a língua...
Deixaria-te em êxtase
Prazeres...
Loucuras.

Tu me pressionas em querer-me
Em tocar-me
Mas digo-te...
Você me tem
Sou tua
Em cada milímetro de pele...
De cheiro
De desejo.

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16-02-2005