sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Ele não estava


Ele não estava

Ela abria todas as portas para ele...
Desnudava-se aos poucos, suavemente
Do jeito que ele gostava...
O vento deixava o ar em tempo de entrega,
Cheiros almíscarados.
(E ele não estava).

Os dedos moviam-se, acordando desejos
Corpo colhia e encolhia...
Sabia que faltava pouco para entregar-se.
O acariciar era tão sutil e ao mesmo tempo tão intenso
Que era impossível não reagir...

E reagia.

Corpo contorcia, vibrava...
às vezes parava, às vezes, apenas pausava...
E continuava.
( E parecia que ele a olhava)

Pulsava, atravessando silêncios...
Pronunciava o nome dele, chamando-o,
...Intimamente...
E a ele só cabia ouvir e vir...
Tirá-la daquele vazio
Fazer dela, saliva, dentes, lábios.

O corpo ficava à espera...
Flutuava...
Ondulava
Suspirava.

Ele não estava...
Ela tremia, respirava fundo...
Escrevia.

Ana €!¡sa
16-12-2011
18h53

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