Vestes...
Vestia-me de letras úmidas...
Palavras descompensadas
Poemas atravessados e sem fôlego.
Vestia tuas letras...
Como um manto de seda na chuva...
Que cobre o corpo em total transparência.
Passeava com tuas palavras por todo corpo
Sucumbia em cada vírgula, pausada e sem ar.
Tocava teus versos
As vezes, demoradamente
Outras, com a pressa dos segundos.
Tecia poemas,
Longos textos...
Todas as noites na tua pele...
Poro a poro e entre calafrios,
Que repousavam depois, inertes, entre dedos.
Quando, em total exaustão, sucumbias sem palavras...
E as letras fatigadas, descansavam no papel...
Poemas intensos eram escritos apenas no desejo das nossas línguas.
Ana €!¡sa
26-08-2011
15h50